quinta-feira, 8 de maio de 2008

CORAÇÃO ADOLESCENTE! (VII)


Cachopa...


Pára de me chamar isso!

Dou a mão à palmatória que me comportei como uma.
Mas cachopa e miúda são dois adjectivos que têm uma má conotação e carga depreciativa para mim. Não tens de adivinhar, por isso to digo. Histórias de outros tempos.
Termos carinhosos…
Não os queres usar, tudo bem.
Então chama-me pelo meu nome de baptismo. Toda a vida fui infantilizada por ser ingénua.
Estou a refrear-me. Muito. Os minutos teimam em não passar. A Luz está longe. O labor está fraco. E os sonhos e desejos são muitos. Tento dar-te o que acho que queres mas não sem prejuízo meu. Sei que me lerás. Aqui. Neste fórum da minha vã existência. Mas até isso planeio destruir. Poderás pensar que houve distanciamento e que, finalmente, deixei de sentir intensamente. Não sabes que na Natureza nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma?Tão simplesmente mudei o meu objecto de obsessão.
Agora, doentiamente, penso em mim. Na cachopa. Não como quererias que o fizesse mas da única forma que sei. Auto-flagelo-me. Castigo-me. Puno-me. Abraço todos os momentos ébrios onde sinto, por instantes, uma ilusória liberdade de mim própria. Nada me choca, as palavras não doem e todas as consequências têm absolvição.Magoem-me! Mil vezes, magoem-me! Destruam-me! Despedacem-me! Destruam-me…Desde que não seja eu a fazê-lo a mim própria, viverei com isso.

Melodrama de uma cachopa…

renard

1 comentário:

BC disse...

E como não podia deixar de ser, eu leio as tuas palavras desde o princípio, e continuarei a ler.
Força amiga!
Beijinhos e chocolates (hoje, envio-te eu, muitos chocolates).