
Fidel renuncia à presidência de Cuba.
Quem sou eu para julgar um povo ou os seus governantes! Mas ficar largas dezenas de anos ao leme de uma nação pode criar vícios e constrangimentos. Não vou tecer comentários sobre Fidel Castro, apenas saúdo esta decisão que nos ajudará a começar a ver no horizonte a grande questão que nos temos colocado há muito: Como será o futuro de Cuba depois de Fidel?
É um virar da página que fará vir ao de cima muitas questões relacionadas com as políticas internas e externas de Cuba.
Há um dado impressionante: 70 por cento dos cubanos não conheceu outro líder - foram quase cinquenta anos como dirigente de Cuba. À sua farda verde como imagem de marca, podemos acrescentar os seus longos discursos de horas e horas.
Herói ou tirano? Uma pergunta que paira sobre nós.
Dum lado do prato da balança podemos colocar a campanha de alfabetização que reduziu a percentagem de analfabetos a cerca de 2%, o acesso gratuito ao ensino nos diferentes anos de escolaridade, o atendimento médico a toda a população cubana, a nacionalização de empresas estrangeiras que abalou o forte investimento norte-americano que então existia em Cuba e que apesar do bloqueio económico, como forma de pressão, que Washington impôs, Fidel nunca cedeu, conquistando a admiração de muitos ao "bater o pé" ao chamado “imperialismo americano”.
Do outro lado da balança: as acusações de violação dos direitos humanos, perseguição política dos opositores com detenções e execuções e a repressão contra a liberdade de expressão levando a que muitos procurassem outras paragens em busca de melhores condições de vida, de forma clandestina, a bordo de pequenas e frágeis embarcações - quantas imagens não temos na nossa retina dessas situações.
Virar da página? A ver vamos!
ADENDA:
21:15: Via JORNAL DE NOTICIAS: Chegar a Cuba e a Fidel num clique.
NOVA ADENDA:
As datas de Fidel: Ver aqui.