quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

DOS SINAIS QUE NOS VÃO SURGINDO PELO CAMINHO!


Um rapaz que ia muito mal na escola. As suas notas e o seu comportamento eram uma decepção para os seus pais que sonhavam vê-lo formado e bem sucedido. Um belo dia, o bom pai propôs-lhe um acordo: Meu filho, se mudares o comportamento, se te dedicares aos estudos e conseguires entrar para a Faculdade de Medicina, dar-te-ei um carro de presente. Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação: Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel. Isso era mau! O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Assim, o grande dia chegou! Entrou para o curso de Medicina.

Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha a certeza que o pai lhe daria o automóvel, na festa. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e entregou-lhe um presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa, o presente era uma BÍBLIA. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse. A partir daquele dia, o silêncio e a distância separaram pai e filho. O jovem sentia-se traído e, agora, lutava para ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar para próximo da Faculdade. Raramente mandava notícias à família. O tempo passou. Formou-se. Conseguiu um emprego num bom hospital e esqueceu-se completamente do pai.

Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu. No enterro a mãe entregou ao filho, indiferente, a BÍBLIA que tinha sido o último presente do pai e que havia sido deixada para trás.

De volta à sua casa, o rapaz, que nunca “perdoara” o pai, quando colocou o livro numa estante, notou que havia um envelope dentro dele. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia: "Meu querido filho, sei o quanto desejas ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para que escolhas aquele que mais te agradar. No entanto, fiz questão de te dar um presente ainda melhor: a BÍBLIA SAGRADA. Nela aprenderás o Amor a Deus e a fazer o bem, não pelo prazer da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência". Corroído de remorsos, o filho caiu em profundo pranto.

Como é triste a vida dos que não sabem ler os sinais que vão surgindo pelo caminho!


(Autor desconhecido)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

BOM DIAAAAAA!!!!!!!


Ora então
bom dia minha gente
sadia

Aqui vai o meu bom dia enorme
polvilhado em toda a dimensão
da hora verdadeira em que nós somos gente
com toda a força de todos os caminhos
Bom dia por aí
cheio da beleza de tarefas de alegria
e senso positivo
rigorosamente positivo
tal como este instante de sol que nos abraça
neste bom dia apanágio
neste gesto sempre eterno
corre corre envolve tudo
no tudo deste bom dia

Bom dia irmã Salomé
pai João avó Rosária
sorrisos para vocês
Bom dia rios e pássaros
cidades e matagais
mussocos e estradas de mar
Bom dia rostos e rostos
palavras gestos e actos
minha sonata de vida
em cada gota de pão

Bom dia mãe Isabel
mãe do meu reino do mar
benção do meu procurar
dos meus sons e dos meus muros
Bom dia senhor doutor
Dona Chica carro grande
servente para o jardim
com uma flor diferente
para cada sol de manhã

Bom dia meninos de escola
bata branca suja d'óleo
pés descalços na lagoa
correndo minutos e horas
num Dinguir de aventuras
de cajús e tambarinos

Bom dia na palma da mão
na tela dos largos fantasmas
altas casas avessos cheios
fomes frios e sedes
gente toda minha gente
bom dia para vocês
em labaredas de rosas
campos e campos de asfalto
bandeiras astros e cantos
dedos frutos labirintos
medalhas e símbolos abertos
chuvas e feras e bruxos
logarítmos e átomos
sonos portas e estatutos
esquinas vontades e mitos
Oh terra da minha gente
ao suor desta manhã
aqui está o meu abraço
que eu grito no canto enorme
do calor do nosso sol
aberto de par em par
ao meu bom dia constante

Aqui estou eu homem todo
num gesto de amor total
em cada rosto que passa
cheio de pressa em chegar
sem geito de poder ir
Eu homem músculos barro
palavras e movimento
sangue nervos e vontade
no encontro comum dos sons
da manhã desta cidade
repetindo por aí fora
o meu bom dia de gente.

João Abel - Bom Dia

João Abel Martins das Neves, poeta angolano.