sábado, 5 de julho de 2008

A CRIANÇA MAIS CARINHOSA



Via Clube de Contadores de Histórias

O amor é tudo.
É a chave da vida,
e são as suas influências
que movem o mundo.


Ralph Waldo Trine

Escritor e conferencista, Leo Buscaglia contou que uma vez lhe pediram que fosse júri de um concurso. O objectivo do concurso era encontrar a criança mais carinhosa. Quem ganhou foi um menino de quatro anos, cujo vizinho do lado era um homem idoso que perdera recentemente a mulher. Ao ver o homem a chorar, o rapazinho entrou no quintal dele, subiu-lhe para o colo e ficou ali sentado. Quando a mãe lhe perguntou o que dissera ao vizinho, o rapazinho respondeu:— Nada, só o ajudei a chorar.

Ellen Kreidman
Canja de galinha para a alma
Mem Martins,
Lyon Edições, 2002

quinta-feira, 3 de julho de 2008

PARA A MINHA "PIPOCA"

Na brincadeira, começamos a chamar "pipoca" ao rebento mais novo cá da casa. "Pipoca" para aqui, "Pipoca" para acolá... E ficou "Pipoca". Hoje, ao ver este texto no "Terrear" do JMA, não sabem a felicidade com que fiquei e abençoei a bendita hora em que lhe começamos a atirar com tal "piropo". Vão perceber porquê.

Com a devida vénia ao JMA

A PIPOCA


Por Rubem Alves


A culinária me fascina. De vez em quando eu até me atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.

Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.

Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á". A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira..."Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".


O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.

COMO VAI ESTE PAÍS?!...


Para quem não viu, via Anabela, Medina Carreira traça um quadro muito, mas mesmo muito negro dos políticos e das políticas. Pragmático, claro, objectivo, sem rodeios... Ver aqui .

NO COMMENT!

O CANTINHO DO PADRE MÁRIO!


O Amor,
único meio de perfeição

O ensinamento de S. Teresa de Lisieux centra-se no amor,
o único meio de atingir a perfeição:

«Não conheço outros meios para atingir a perfeição
a não ser “o Amor”...».

Seguindo S. Paulo, compreende que só o Amor dá valor a todas as realidades da nossa vida, começando pelas mais pequenas.

A ciência do amor

Teresa, permanecendo pequena, não renuncia aos seus grandes desejos de santidade. Mas, pelo contrário, nesta aceitação voluntária e alegre da sua pobreza, encontra o único meio de realizar os seus desejos infinitos: fazê-los acontecer para Aquele que pôs estes desejos no seu coração. Aceitando ser tão imperfeita e miserável, para que somente Deus possa ser nela a perfeição, a sua força e santidade.

Ela atingirá, como deseja, o cume da montanha do amor, e chegará lá mais rápido do que seguindo qualquer outro caminho.

Descobriu verdadeiramente a via mais pequena, muito curta, que nos conduz ao próprio coração de Deus, e isto, muito mais rapidamente do que todas as escadas que os homens são capazes de construir.

Esta é fortuna dos pequeninos: os grandes têm inumeráveis modos complicados para atingir a perfeição (ou de a tentar), os pequeninos apenas possuem um, mas infalível, que é Deus só.
«Mas quero procurar o modo de ir para o Céu por uma pequena via bela e direita, muito curta, uma pequena via toda ela nova».

Isto é, com a ajuda de um elevador que substitui vantajosamente os degraus de uma escada rude, a da perfeição. Ela sabe exactamente o necessário para ela. Armada deste saber, adentra-se pela Sagrada Escritura:
«Então procurei nos livros santos a indicação do elevador, objecto do meu desejo; e li estas palavras saídas da boca da Sapiência Eterna: Se alguém for muito pequeno, venha até mim. Assim cheguei a intuir que tinha encontrado o que procurava. E querendo saber, ó meu Deus, o que faríeis ao mais pequeno que respondesse ao vosso chamamento, continuei as minhas pesquisas e eis o que encontrei:
“Como uma mãe acaricia o filho, assim vos consolarei: levar-vos-ei ao colo e sentar-vos-ei sobre os meus joelhos!”».

«A ciência do Amor! Oh, sim! Esta palavra ressoa docemente aos ouvidos da minha alma. Eu desejo apenas aquela ciência (...)

Jesus se compraza de me mostrar o único caminho que conduz a esta fornalha Divina. Este caminho é o do abandono da criança que adormece tranquilamente, sem temor, nos braços de seu Pai...».

quarta-feira, 2 de julho de 2008

FORÇA MALTA JOVEM!


Conheci o Pedro na "Teia" da 3za. Fui visitá-lo, dias atrás, ao seu site e hoje recebi uma mensagem sua a falar-me do seu projecto. Fiquei comovido. Aproveito para vos dar a conhecer este jovem de uma garra e querer imensos. Poderão aceder ao site em : http://www.pedrocd.no.sapo.pt/ e, se quiserem, assinem o livro de visitas. Divulguemos o seu site e ajudemos o Pedro a tornar o seu mundo, um mundo melhor. Também estamos a contribuir para tornar o nosso um pouco melhor.

DO ELOGIO DAS MAMÃS

A madrinha do meu filho mandou-me este texto que aqui vos deixo, para eu sorrir um bocadinho e roer-me de inveja. Mas ela sabe que nós ficamos é felizes por vermos as nossas mamãs na mó de cima e babadinhas pelos elogios que possam receber dos filhos. Como a mamã dos meus filhos que fica derretidinha quando eles lhe dão desses "mimos" que adoçam a vida. Vá lá mamãs, fiquem felizes por estarem num patamar acima de nós, papás, e continuem sempre a passar nos testes que a vida vai colocando. Aqui fica:





Caminhava com o meu filho de 3 anos , quando ele apanhou qualquer coisa do chão e ia pôr na boca.
Ralhei com ele e disse-lhe para nunca fazer isso.
-Mas porquê ? - perguntou ele.
Respondi que se estava no chão estava sujo e cheio de micróbios. Nesse momento, o meu filho olhou-me com admiração e perguntou :
- Mamã, como sabes tudo isso? És tão inteligente ...
Rapidamente reflecti, e respondi-lhe:
- Todas as mamãs sabem estas coisas. Quando alguém quer ser mamã , tem que fazer um teste e tem que saber todas estas coisas, se não não pode ser mamã .
Caminhámos em silêncio cerca de 2, 3 minutos. Vi que ele pensava ainda sobre o assunto, e de repente disse :
- Ah, já percebi. Se não passasses o teste, tu eras o papá .
Exactamente , respondi com um grande sorriso na boca .

terça-feira, 1 de julho de 2008

EFEMÉRIDE

«10 anos de combate à exploração do trabalho infantil em Portugal»

Vai o PETI comemorar, com um conjunto de iniciativas, a efeméride dos 10 anos da sua criação, pela Resolução de Conselho de Ministros nº 75/98 de 2 de Julho. Das várias iniciativas, destacamos a conferência que terá lugar nos dias 2 e 3 de Julho de 2008, no Centro de Congressos de Sta. Maria da Feira (Europarque) e que contará com um conjunto de oradores que, ao longo destes dez anos, estudaram o fenómeno do trabalho infantil nas suas várias vertentes e acompanharam o trabalho do PETI.

ADENDA:
"quando todos deviam andar na rua
a jogar à bola ou a correr,
a brincar às escondidas,
à apanhada..."
GAIVOTA

O MEU APLAUSO!

DE NOVO
A MÚSICA E A INCLUSÃO SOCIAL
Em "O MEU APLAUSO!", uns andares mais abaixo, já tínhamos referenciado um belíssimo projecto no brasil em prol dos jovens de favelas, "recuperados" para caminhos mais saudáveis a partir da música.
Hoje a notícia chega-nos da Amadora: "Crianças e jovens de bairro problemático da Amadora entram no projecto "Orquestra Geração", inspirado no Sistema Nacional das Orquestras Juvenis e Infantis da Venezuela. A música como instrumento para promover a auto-estima, o sucesso escolar e a disciplina." Ver, via educare, aqui.

O CONTO E A CULTURA

Quem conta um conto, partilha uma cultura.

Eu, tu, nós partilhamos o mundo através dos nossos contos. Assim se traduz o projecto "iyouwe Share The World" que envolve as crianças europeias num diálogo intercultural.


A ideia é simples. Um artista contador de histórias é designado para construir uma história juntamente com uma turma de alunos do ensino primário com uma nacionalidade e cultura diferentes das suas. Uma vez escrita, a história é transmitida a uma turma de outro país que terá a tarefa de a interpretar dando-lhe um corpo artístico. Ver mais aqui, via educare.

PRECIOSIDADE!

Hoje dei comigo a ler as Conclusões de um workshop realizado em Braga, em 2006, sobre a Criança Institucionalizada, quando encontrei esta preciosidade na pena da Alves Pinto (Ex-director Regional do Norte do IRS) que aqui vos deixo:


“As crianças merecem tudo. Porque merecem tudo, curiosamente, não lhes podemos dar tudo. É que as manhãs repetem-se e nunca são iguais. Temos que guardar um resto de tudo, para darmos às crianças quando elas necessitem. Amanhã, depois de amanhã, nas manhãs que se sucedem e que nunca são iguais.


O mesmo acontece com os jovens. Eles merecem tudo. E porque merecem tudo, cumpre-nos dar-lhes um bocadinho menos do que tudo.


Os direitos da criança, os deveres dos adultos, não se esgotam num dia.
Tudo se quer no seu lugar: com conta, peso e medida. Cuidados em excesso, podem infantilizar; cuidados por defeito, podem provocar rupturas e desvios comportamentais.
Relação de amor. Ordem. Responsabilidade. Família. Estudo. Trabalho. Respeito. Verdade. Participação. Disciplina. Tolerância. Fraternidade. Honestidade. Temos que ir por aqui. É este o caminho. Cumpramos, meus amigos. Naturalmente. Sem constrangimentos. As crianças e os jovens tomarão o nosso exemplo. Também eles verão que é o trilho certo. Descobri-lo-ão por si. Cumprirão o desígnio e o desafio da descoberta."

segunda-feira, 30 de junho de 2008

DO ELOGIO DO PROFESSOR!

HOJE O ELOGIO VAI PARA A PROFESSORA

CONCEIÇÃO COELHO

Hoje este espaço vai inteirinho para a Conceição Coelho. O nosso Colégio está a celebrar os seus primeiros cem anos nos quais estão os vinte e cinco da Conceição, cheios de dedicação, amor, esforço, carinho, querer e mil e uma coisas que possamos escrever. Por isso o meu poste de hoje vai para ela. Bolas, são 25 anos, não é? Eu sei que cá no Colégio já outros passaram por esta fasquia e houve até quem chegasse à bonita marca dos quarenta anos. Sim, quarenta! Como o professor Abel Saraiva. E o Padre Freitas, já me esquecia, que dedicou cinquenta anos da sua vida ao nosso Colégio. Pronto, hoje é para a Conceição mas fica prometido, também, um tempo dedicado, oportunamente, aos que aqui mencionei e a outros professores. Espero colaboração. É tempo de elogiar o “professor” que todos nós somos e tempo de elogiar os professores que passaram pela nossa vida e em nós deixaram marcas.

E para a Conceição fica aqui um “mimo” que “roubei” a algumas das suas alunas:


“ A Língua Portuguesa é uma disciplina fantástica, pelo menos eu gosto! E por falar desta disciplina não posso deixar de falar da minha professora de Língua Portuguesa: Ela é simpática, amorosa, inteligente e sobretudo brincalhona. Gosto muito da minha professora de Português e da sua maneira de ser”


Ana Arminda – 5º A

“...usa normalmente umas sapatilhas. Anda com uma pequena mochila... Ela é muito trabalhadora, persistente, habilidosa e dinâmica. Luta pelo que quer e não desiste até o ter. Gosta da sua profissão e sabe lidar bem com as crianças.”

Inês – 5º A

“... ensinar
o alfabeto ansioso
a colocar as suas letras malandras
nos seus respectivos lugares.
Numa escolinha extrovertida,
flutuavam linhas coloridas
com os seus alunos aos pulos
e saltinhos.
Chegou um dia em que sentiram um calor que acompanhava o ritmo do vento até que surgiu ao pensamento uma palavra para alegrarem a sua adorada professora de Português.
De imediato, pousaram as suas mãos pequenitas sobre o caderno sorridente e abriram-no à sorte.
- A Consoante é primeiro! – gritaram as vogais – e a seguir uma de nós!
- Mais duas consoantes – ordenaram elas.
-Depois duas vogais! – acrescentaram.
- Onde é que está a “ção”? – perguntaram todas, em pulgas de chegarem ao fim.
- Aqui estou eu! – respondeu a “ção”.
Mas que bela palavra: CON-CEI-CÃO!"

Vanina – 5º A

“Conceição Coelho
Coelho pequenino
Pequenino e fofinho.
E fofinho o livro
Livro de história
História e Geografia
Geografia de Portugal
Portugal com uma rainha
Rainha Conceição.”

Rita e Sofia – 5º C


Para nós a palavra Conceição significa


Carinhosa

Orgulhosa
Natural
Calma
Energética
Inteligente
Corajosa
Amorosa
Objectiva


Uma rosa que predomina no nosso coração;
Um pouco de açúcar nas nossas vidas;
Uma estrela que brilha nos nossos olhares;
Um peão que gira no nosso mundo;
Uma criança que brinca no meio de nós;
Um sol que sorri para nós;
Para nós, esta palavra é algo especial,
Algo com que nos rimos num olhar,
Algo que é a nossa professora a ensinar com a vontade de aprender!”


Vanina e Inês – 5º A

domingo, 29 de junho de 2008

PORQUE HOJE É DOMINGO!

LECTIO DIVINA NO ANO PAULINO

O meu bom amigo Pe. Manuel Rocha fez-me chegar este texto que aqui deixo para todos aqueles que queiram desfrutar da celebração do Ano Paulino que ontem teve início e que vai durar até 29 de Junho de 2009.

1. O Ano Paulino: de 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009
Para todos os cristãos, onde quer que se encontrem, a celebração do Ano Paulino, escolhido por coincidir de modo aproximado com os dois mil anos do seu nascimento, oferecerá a oportunidade para aprofundar o ensinamento deste primeiro grande teólogo da cristandade, cuja fé e pensamento marcaram toda a nossa Tradição.
2. O Apóstolo das nações
As cartas de S. Paulo foram os primeiros documentos do Novo Testamento, escritos muito antes dos Evangelhos. As cartas paulinas oferecem-nos uma visão dos desafios dos primeiros seguidores de Jesus Cristo. O aspecto mais importante que elas nos dão é o testemunho de fé de um homem para quem o encontro com Cristo fez mudar radicalmente a sua vida. Lendo os seus escritos damo-nos conta de que se tratou de um homem com dificuldades e debilidades mas através de quem Cristo, «que transformará o nosso corpo miserável num corpo glorioso», foi tudo para ele. (Flp 3,21)

3. Os beneditinos de S. Paulo e a Lectio Divina
Desde o século VIII da era cristã que a comunidade beneditina de S. Paulo extra muros de Roma serve a basílica que conserva os restos mortais do Apóstolo. Esta comunidade, vivendo segundo a regra de S. Bento, pratica a Lectio Divina como parte integrante da sua espiritualidade. Lectio divina é a reflexão devota da Palavra de Deus na Sagrada Escritura. Esta prática está unida a 4 fases: leitura, meditação, oração e contemplação.

4. A prática da Lectio
O tempo dedicado à Lectio deve começar com uma oração de dedicação, por exemplo: «Senhor, dá-nos o dom do Teu Espírito para que o Teu amor e a Tua vontade se revelem a mim/nós». Depois, o texto da escritura que se escolheu, deve ser lido muito lentamente. A reflexão pode ser feita a seguir, ou então depois de uma segunda ou até terceira leitura do texto. Uma frase pode tocar o leitor e levá-lo à oração; pode também acontecer que uma só frase seja suficiente para todo o tempo que se tem disponível. É possível que a pessoa que está a rezar não tenha necessidade de se expressar verbalmente e prefira ficar em silêncio. As fases da Lectio Divina não são rígidas: uma oração em espiral pode ser um melhor modelo que uma simples sequência cronológica.
A Lectio Divina pode ser feita em privado ou em comunidade. Se um grupo paroquial ou outro grupo deseja praticá-la de forma periódica, como inspiração para a sua vida e trabalho, pode acrescentar-se uma quinta fase: a da acção ou missão, concluindo a reunião com a pergunta: que quer Deus de mim neste momento concreto?

5. A Lectio nas cartas de S. Paulo
Os monges beneditinos de S. Paulo querem oferecer a todos os homens e mulheres de boa vontade e a todos os que reconhecem Cristo como seu Senhor e Salvador, uma estrutura de Lectio Divina para o ano do Apóstolo das Nações. Para tal, dividimos as treze cartas atribuídas a S. Paulo em 365 trechos breves. Estes textos têm dimensões variadas, desde três ou quatro até dez versículos. Será um texto para cada dia do ano com início a 29 de Junho, Solenidade dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo. A ordem é a da tradicional sequência do Novo Testamento: Romanos, 1ª Coríntios, 2ª Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª Tessalonicenses, 2ª Tessalonicenses, 1ª Timóteo, 2ª Timóteo, Tito e Filémon. A Carta aos Hebreus que antes se atribuía a S. Paulo não foi incluída. Esta decisão foi para não levantar polémicas com perguntas acerca da autenticidade, das fontes, etc., uma vez que tais perguntas, embora importantes, não são directamente relevantes para a lectio divina.
Embora a divisão das cartas em pequenas passagens possa parecer, num primeiro momento, arbitrária, não é bem assim porque a nossa intenção foi a de propor uma passagem prática da Escritura que siga a ordem das Cartas. Os textos não estão relacionados com festividades ou tempos litúrgicos. A pessoa que usar estes textos em cada dia, no final do ano Paulino, terá reflectido e rezado com todas as cartas de S. Paulo.
Quanto tempo dedicar a cada texto? Dependerá de todo o programa do leitor e do tempo de que disponha. Devemos considerar que 10 minutos bem utilizados também têm o seu valor.
Não preparamos quaisquer comentários ainda que algumas partes das cartas de S. Paulo sejam difíceis e qualquer leitor gostaria de encontrar um comentário que lhe oferecesse maiores explicações. Isto, embora seja útil, não é essencial e é até secundário para a lectio divina. Contudo, as Bíblias oferecem alguns comentários que podem ajudar, bem como introduções às cartas que podem e devem ser lidas com a intenção de percebermos o contexto das mesmas.
Embora os Actos dos Apóstolos, atribuídos a S. Lucas, nos falem muito de S. Paulo e da sua missão, não foi incluído neste esquema. As cartas paulinas também revelam o Homem, que «sendo de natureza divina não considerou como uma usurpação ser igual a Deus» (Fil. 2,6) e que transformou a vida de Paulo. A nossa esperança e a nossa oração, no Ano de S. Paulo, é que cada pessoa que se aproxime da palavra de Deus presente nas Cartas, possa conhecer e amar a Cristo crucificado e ressuscitado e com Ele viva plenamente (cf. Ef. 2,5)

Assim, semanalmente, deixaremos aqui a indicação da divisão dos textos para aqueles que queiram fazer o "percurso" da lectio divina neste ano paulino. Semana de 29 de Junho a 5 de Julho: 29: Rom 1, 1-7; 30: Rom 1, 8-1; 01/07: Rom 1, 11-15; 02: Rom 1, 16-17; 03: Rom 1, 18-20ª; 04: Rom 1, 20b-25; 05: Rom 1, 26-27.

ADENDA: Filme em episódios sobre S.Paulo a ver aqui.