Partes de um poema que Teresa escreveu para a sua irmã Celina, que estava no mesmo convento, no Natal de 1894.
1. Procuro uma filha que se pareça
Com Jesus, o meu único cordeiro
A fim de os guardar juntos
Os dois num mesmo bercinho.
2. Foste tu que eu escolhi
Para seres a irmã de Jesus.
Queres fazer-Lhe companhia?...
Repousarás no seu coração…
3. Mas para que eu sempre te abreigue,
Sob o meu véu junto de Jesus,
Será preciso ficar pequenina,
Ornada com as virtudes da infância…
4. Quero que na tua fronte brilhe
A doçura e a pureza,
Mas a virtude que eu te dou
É sobretudo a Simplicidade.
5. Como uma branca margarida
Que sempre contempla o Céu
Sê também a florzinha simples
Do Menino Jesus do Natal!...
6. Este silêncio é a primeira prova
Do seu indizível amor.
Compreendendo esta muda linguagem
Imitá-lo-ás todos os dias.
7. não te inquietes, Maria
Com o trabalho de cada dia
Porque o teu ofício nesta vida
Deve ser unicamente: «O Amor»!
8. Mas se alguém vem repetir-te
Que as tuas obras se não vêem
«Eu amo muito, poderás dizer,
«Eis a minha riqueza na terra!...»
9. Depois da noite desta vida
Chamada pelo Seu doce Olhar,
Para o Céu a tua alma encantada
Voará sem grande demora!...
No tempo em que as crianças estão «in», celebrando o dia 1 de Junho, é bom saborear os escritos de uma mulher que procurou não deixar de desenvolver e transportar para a idade da juventude uma infância feliz, e as virtudes naturais da infância, que a idade adulta não deveria roubar.