sábado, 23 de fevereiro de 2008

REDESCOBRIR A ESCOLA

"Os alunos ganham um projecto de vida, tudo passa a fazer sentido e as perspectivas mudam."

O Educare, pela mão de Joana Silva Santos, traz-nos um exemplo interessante e louvável de como se pode ajudar jovens a redescobrirem o valor da escola.

"Com percursos escolares e histórias familiares complicadas, os jovens permaneciam na escola mas há muito que a tinham abandonado. A escola já não lhes dizia nada. Não pegavam num livro ou num caderno. As avaliações negativas eram uma constante, reflectindo-se em repetidos insucessos de ano para ano. Este era um cenário comum para alguns adolescentes da escola EB 2,3 Josefa de Óbidos, em Óbidos, mas um curso de bombeiro veio alterar esta situação e trouxe de novo para o caminho da aprendizagem 14 jovens."

POR UM TROVADOR!


Diz o trovador: Sem forças... (...) E de há vários dias...

Descansa amigo trovador
Mas só por instantes:
Que ao romper da alva
Queremos ouvir outra balada.

Descansa amigo trovador
Mas só
Só por instantes:
Ainda que rouca a tua voz
Já aprendemos a escutar-te no teu silêncio
Que encanta mesmo sem palavras
E contigo cantaremos nós.

Descansa amigo trovador
Mas só
Só por instantes,
E breves,
Porque vem ai nova alvorada.

Descansa amigo trovador
Mas só
Só por uma jornada:
Há muitas lutas pela frente
-numa batalha desigual-
E parece ser longa a caminhada!

Continua,
Depois do descanso, a tua balada...
E contigo, vou eu, vamos nós, esses TEUS TODOS,
Com entusiasmo
Afora, sem medo, pela estrada.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

AS REGRAS DO NUNCA


As regras do Nunca de Lawson.

Na liderança e na vida lembrem-se sempre destas regras:

  1. Nunca diga que algo não pode ser feito (Missões Impossíveis são muito raras);
  2. Nunca subestime o poder do trabalho de equipa (pessoas vulgares conseguem alcançar coisas extraordinárias);
  3. Nunca aceite nada menos do que a excelência, especialmente de si próprio;
  4. Nunca fique satisfeito por mais do que um instante;
  5. Nunca fique satisfeito consigo mesmo (nunca se sabe tudo!);
  6. Nunca se afaste das decisões difíceis (as coisas apenas pioram);
  7. Nunca subestime a concorrência (eles também são pessoas inteligentes!);
  8. Nunca deixe de ouvir, questionar e inovar (há sempre uma maneira melhor);
  9. Nunca tenha medo de correr riscos (com excepção da saúde e questões de segurança);
  10. Nunca desperdice uma oportunidade para dar uma contribuição (´não achei que este fosse o meu trabalho`);
  11. Nunca subestime os clientes (o seu salário depende deles);
  12. Nunca surpreenda o seu chefe (positivamente está bem, mas negativamente, nunca!);
  13. Nunca deixe de aprender com os seus erros (todas as pessoas inteligentes cometem erros, estúpido é cometer o mesmo erro duas vezes);
  14. Nunca deixe de dar crédito àqueles que o merecem (deixe outra pessoa receber os louros também);
  15. Nunca se esqueça de dizer ´muito obrigado`por um trabalho feito (estas duas palavras são as menos utilizadas em qualquer língua).

E SEMPRE:

  • Diga a verdade, independentemente de quão difícil possa ser;
  • Cumpra sempre as suas promessas!

Retirado de Hooper, A. & Potter, J. (2007). Liderança inteligente. Criar a paixão pela mudança (p.117-118). Lisboa: Editora Actual.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

GRATIDÃO

Escreveu, ontem, Matias Alves, no seu Terrear: "E agora que o Terrear ultrapassou as 102 000 visitas, e mais de 269 000 páginas lidas talvez se justifique esta referência. E um agradecimento aos leitores."

Nós é que lhe agradecemos!

Obrigado por deixar um pouco de si no que escreve - lembro por exemplo o texto " O que me move", que nem me atrevi a comentar.

Obrigado, e obrigado sobretudo nesta hora por nos ajudar a encontrar o rumo e o fio condutor neste emaranhado de inquietações em que nos encontramos os que enveredamos pelos caminhos da educação e trabalhamos no terreno.

E aqui fica o texto que referi acima:

O QUE ME MOVE

Move-me o amor pelos outros. Pelas pessoas concretas. Pelas pessoas que não são meros números que agravam o défice público. Pelas pessoas que pensam e sentem. Pelas pessoas que sofrem até ao limiar da noite. Pelas pessoas que cantam por entre o imenso ruído de um falatar interminável e vazio. Pelos professores doridos, exauridos, extenuados, vergados pelo peso insuportável de uma desumanidade inqualificável. Pelos alunos inquietos, perdidos, desnorteados, parados. E também pela sua avidez, o seu brilho no olhar, o desejo de aprender, e a gratificação que mostram por alguém os escutar, lhe dar vez e voz. Para além do que diz o decretodespachoportariatelefonemade umadirecçãogeralregionalqualquer. Pelos pais ausentes, perdidos num tempo que não compreendem (os não compreende), sempre em trânsito, em perda, em dissolução.


Move-me ainda o amor pelo conhecimento, pela educação, pela escola. O conhecimento, porque nos permite sair das ciladas, das aparências do senso-comum, da cepa torta de um atraso político insustentável, da miséria dos quotidianos acéfalos, das mentiras berradas como verdades únicas e oficiais. Porque nos permite afirmar a mais-valia da razão contra a força da imposição do dogma. Porque nos permite crescer em sabedoria e sapiência se lhe juntarmos a compaixão. A educação, porque, apesar dos seus inevitáveis limites, ela é ainda o ‘fogo dos deuses’ dado aos humanos para que eles consigam ver, e caminhar e agir e libertarem-se do vício da tirania. A escola, enfim, porque é a única casa civil de humanidade que possuímos no espaço social. O último reduto de esperança para milhões de portugueses.


Move-me a sede da justiça e a busca da verdade. E por isso a denúncia das arbitrariedades, das práticas que afirmam ‘eu sou a lei’ ou ‘eu estou acima da lei’, das prepotências e das arrogâncias mais próprias das ditaduras de todas as cores e feitios. A denúncia das mentiras descaradas, das meias verdades, das encenações mediáticas, das manipulações, do favoritismo e do proselitismo, graves doenças de um tempo agónico que perdeu quase toda a ética de serviço público. Embora com ele encha a boca.


Move-me a humildade de admitir o erro, o engano. A procura insistente de não confundir os actos com o sujeito que os praticou. E é por isso que nunca critiquei pessoalmente ninguém. Nem chamei nomes feios. Nem insultei. Porque o que me interessa são as ideias, as acções e os seus efeitos na realidade. Mais uma vez, as pessoas, primeiro.


Desde sempre, sem qualquer filiação partidária, sem dono próximo ou distante, sempre procurando pensar pela própria cabeça, sempre. E por isso, difícil fazer parte de qualquer grémio, corporação, igreja, rebanho. Marginal, portanto. Onde (quase) sempre estive e onde vou sendo. Na lenta, persistente, e às vezes, difícil construção de uma vertical identidade sempre inacabada.

José Matias Alves, in "Terrear".



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

PALAVRA A TERESA ALMEIDA



"É necessário dar aos professores voz activa nos debates educativos"


Diz Teresa Pinto de Almeida, distinguida com o Prémio de Mérito Carreira, numa entrevista a Sara Oliveira que pode ver aqui, e da qual deixo aqui um pedacinho:

"Ainda é muito cedo para avaliar se as mudanças agora introduzidas irão efectivamente contribuir para a melhoria da qualidade do sistema de ensino. Em todo o caso, estas alterações e regulamentações têm gerado alguma instabilidade e inquietação entre a classe docente. A questão não se coloca tanto na pertinência das recentes alterações no sistema de ensino, mas no facto de todo o processo ter sido conduzido sem a participação dos professores. Claro que qualquer mudança implica resistência pois significa romper com práticas e rotinas estabelecidas. Por isso mesmo, é fundamental proporcionar um debate de ideias para que os professores se sintam mobilizados em torno de um desígnio comum, que considerem válido e pertinente. Procedimentos unilaterais e imposições só contribuem para aumentar a conflitualidade e o descontentamento, pouco compatíveis com a acção educativa."

RECORDANDO AGOSTINHO DA SILVA



“...a criança vai dirigir-se à Escola, não porque tem de fazer um exame para obedecer a uma lei geral do país – escolaridade obrigatória. (...)

ela irá à escola (...) para aprender aquilo que corresponde à sua vocação íntima (...).

É por esse caminho que se vai ter que ir e toda a gente está interessada no desenvolvimento psicológico, no desenvolvimento dos homens, para eles cumprirem aquilo para que têm vocação que é serem artistas e criadores.

Agostinho da Silva

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

VIRAR DA PÁGINA?


Fidel renuncia à presidência de Cuba.

Quem sou eu para julgar um povo ou os seus governantes! Mas ficar largas dezenas de anos ao leme de uma nação pode criar vícios e constrangimentos. Não vou tecer comentários sobre Fidel Castro, apenas saúdo esta decisão que nos ajudará a começar a ver no horizonte a grande questão que nos temos colocado há muito: Como será o futuro de Cuba depois de Fidel?

É um virar da página que fará vir ao de cima muitas questões relacionadas com as políticas internas e externas de Cuba.

Há um dado impressionante: 70 por cento dos cubanos não conheceu outro líder - foram quase cinquenta anos como dirigente de Cuba. À sua farda verde como imagem de marca, podemos acrescentar os seus longos discursos de horas e horas.

Herói ou tirano? Uma pergunta que paira sobre nós.

Dum lado do prato da balança podemos colocar a campanha de alfabetização que reduziu a percentagem de analfabetos a cerca de 2%, o acesso gratuito ao ensino nos diferentes anos de escolaridade, o atendimento médico a toda a população cubana, a nacionalização de empresas estrangeiras que abalou o forte investimento norte-americano que então existia em Cuba e que apesar do bloqueio económico, como forma de pressão, que Washington impôs, Fidel nunca cedeu, conquistando a admiração de muitos ao "bater o pé" ao chamado “imperialismo americano”.

Do outro lado da balança: as acusações de violação dos direitos humanos, perseguição política dos opositores com detenções e execuções e a repressão contra a liberdade de expressão levando a que muitos procurassem outras paragens em busca de melhores condições de vida, de forma clandestina, a bordo de pequenas e frágeis embarcações - quantas imagens não temos na nossa retina dessas situações.

Virar da página? A ver vamos!
ADENDA:
21:15: Via JORNAL DE NOTICIAS: Chegar a Cuba e a Fidel num clique.
NOVA ADENDA:
As datas de Fidel: Ver aqui.

O ENIGMA DA FELICIDADE


O enigma da felicidade: Decifre-o!
Se queremos ajudar a construir a felicidade de alguém, não podemos passar a vida a dar-lhe ordens, ainda que disfarçadas de pedidos. Estimulemos antes o seu sentido de competência e de controlo sobre as coisas.

impõe-se, na nossa comunicação,

fazer crescer a apetência pelo saber,

a vontade de investigar e de criar...

cada um sentir-se útil e, por isso, melhor e mais feliz."


J. Gil da Costa

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

10 Novas Competências Para Ensinar


10 Novas Competências Para Ensinar, segundo Philippe Perrenoud:

1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2. Administrar a progressão das aprendizagens;
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4. Envolver os alunos nas suas aprendizagens e no seu trabalho;
5. Trabalhar em equipa;
6. Participar na administração da escola;
7. Informar e envolver os pais;
8. Utilizar novas tecnologias;
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10. Administrar a sua própria formação contínua.Numa síntese de Fernando Cadima, que pode ver aqui.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

"FAÇA-SE" TIMOR!


"é uma como uma criança a crescer, precisa que se lhe ensine a andar, precisa de referências"...


Os recentes ataques verificados em Timor, em que Ramos-Horta ficou gravemente ferido, voltam a trazer à mesa do debate a questão da viabilidade de Timor. Ana Gomes, eurodeputada, dá-nos um réstea de esperança: "Timor, país inviável? Portugal, no tempo do D. Afonso Henriques, aos seis anos de idade já era viável?!" , palavras deixadas a Paulo F. Silva num trabalho jornalístico que pode ver aqui.
ADENDA:
11:25: Estudantes de Timor pedem mais diálogo. Ver aqui.

KOSOVO: HORA H



"Será um dia de calma e compreensão."

Desejo, espero e rezo para que estas palavras do primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaçi, sejam uma realidade durante o dia de hoje em que o Kosovo vai declarar de forma unilateral a sua independência em relação à Sérvia - alguns nacionalistas sérvios já se manifestaram desagradados contra esta situação.

As declarações unilaterais são sempre motivo de preocupação. Preocupação manifestada também pelo nosso Presidente da República.

Que a tolerância impere e não se estrague a festa que o povo kosovar está a preparar.
ADENDA:
17:45: "Nós nunca perdemos a fé no sonho de que um dia estaríamos ao lado das nações livres do Mundo, e hoje estamos", disse hoje o chefe do governo kosovar na sessão extraordinária no parlamento para declarar a independência do território.