sábado, 19 de julho de 2008

MÚSICAS E CANTORES DO MEU "BAÚ"

"Canción para un niño el la calle" de Patxi Andión. As fotografias a preto e branco, que acompanham a canção, são de Pedro Guzman, tiradas há mais de 20 anos a crianças de rua na América Central e nas Caraíbas. HÁ VINTE ANOS! E O QUE MUDOU?






"Hoy, rigurosamente hoy, ha nacido un nuevo muerto.
Ha nacido un nuevo niño en la calle.
La calle será su escuela, su universidad,
Su casa; el asfalto su morada.
Y la sociedad urbana le irá formando en secreto,
Y el suburbio le hará cama;
Y se hará larva y el arrabal se hará diestro de la lata y del solar.
Mentiroso, chamullante, maestro de la miseria; descuidero, estafador,
Embaucador, anarquista, o ¿quién sabe?

Quién sabe si quizás antes de morirse o matarse,
Podrá del hambre vengarse; para ser puente o ser morada,
O reventar tristemente en una asquerosa arcada,
Con perdón, para ser simplemente, historia de una canción.

Puede ser, que una vez llegue a él la salvación, mi salvación.
Quién sabrá, quién podrá, devolverle la libertad, mi libertad.
Ojalá, alguien se asombre, ojalá. Ojalá alguien no llore, y le salve, y nos salve.

De cada trece nuevos niños que nacen, diez lo hacen en la cama y tres en la calle.
Y mientras los diez primeros comen los otros tres se mueren de hambre.

Mas no puedo seguir juzgando, no debo, no tengo hambre."

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O CANTINHO DO PADRE MÁRIO


Uma mulher de coração

Hoje, vamos iniciar uma nova personagem espiritual da nossa Igreja, S. Teresa de Ávila, ou S. Teresa de Jesus; são os dois nomes pelos quais conhecemos esta santa, nascida a 28 de Março de 1515, em Ávila.


Ao longo das semanas, iremos passear pelos escritos e vida desta mulher que, num tempo em que não era permitido à mulher sair de casa ou, neste caso, do convento, ela se manifestou com um grande empreendorismo e fecunda no apostolado, fundando inúmeros conventos e reformando a sua Ordem.


S. Teresa de Ávila é também Santa e Doutora da Igreja.


Vamos olhar para esta mulher a partir da sua dimensão cristológica, ou seja, a partir da sua visão e experiência pessoal de estar com Cristo e de amar a Cristo.


A pessoa de Cristo é o elemento central, o motor e o dinamizador de toda a sua espiritualidade: oração/contemplação/ser e acção/agir.


Jesus é o seu tudo. É caminho, verdade e vida, configuração/conformação, Mestre, via.
Ele é o único protagonista nos escritos de Teresa.


S. Teresa foi muito pródiga a escrever e podemos encontrar um compêndio das suas obras em português, bem como livros separados. Os mais famosos que são o Livro da Vida; Caminho de Perfeição; As Moradas; As Fundações; etc.


O Livro da Vida é escrito por ela mesma e é uma autobiografia essencialmente introspectiva, narrando a sua profunda experiência religiosa, a partir das experiências místicas que iniciaram por volta de 1555-1560. Nessa altura tinha entre 40 e 45 anos.


S. Teresa é uma mestra da vida espiritual e da experiência mística de Deus. Contemporânea e coagente com S. João da Cruz, ambos são o expoente da doutrina e experiência mística da Igreja.


Começando pelo Livro da Vida, ela diz que escreve como lhe mandaram e deram licença acerca da oração e das mercês (graças) que o Senhor lhe tem feito, sabendo-se, no entanto, muito pecador e indigna de tal.


Neste livro da vida, podemos ir descobrindo como foi nascendo no seu íntimo o desejo de Deus e como ela foi respondendo a partir de pequenas coisas, quase insignificantes da vida quotidiana, a esta sede de Deus. Notando-se, desde a sua meninice, uma forte tendência para vida interior, para a intimidade e o silêncio do ser, que conduz para Deus, para a Plenitude.

PORQUE SIM!


quarta-feira, 16 de julho de 2008

VIAGEM À HOLANDA!

Quando este texto me chegou por mail, via André Sousa, colega e amigo e que alguns já conhecem por ter aparecido por aqui uma que outra vez, pelo título, no momento, não dei grande importância. Pensei que seria alguma proposta de férias dele ou coisa do género. Algumas horas depois , quando o li, senti que o tinha de partilhar aqui. O texto é de Emily Knisley, que é frequentemente solicitada a descrever a experiência de dar à luz uma criança com deficiência - uma tentativa de ajudar pessoas que não têm com quem compartilhar essa experiência única, ajudá-las a entendê-la e imaginar como é vivenciá-la. Aqui fica:

Ter um bebé é como planear uma fabulosa viagem de férias - para a ITÁLIA! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O David de Miguel Ângelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases simples em italiano. É tudo muito excitante. Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma as suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterra. O comissário de bordo chega e diz:


- "BEM-VINDO À HOLANDA!"

"Holanda!?! "diz você". O que quer dizer com Holanda!?!? Eu escolhi Itália ! Eu devia ter chegado a Itália. Toda minha vida sonhei em conhecer Itália."

Mas houve uma mudança de plano de voo. Eles aterraram na Holanda e é lá que você deve ficar. A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente. Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.


É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália. Mas, após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor... E começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.


Mas, todos os que você conhece estão ocupados, indo e vindo da Itália... e estão sempre comentando o tempo maravilhoso em que passaram lá. E por toda a sua vida, você dirá : "Sim, era lá que eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planeado."

E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora... porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.


Porém... se você passar a sua vida toda remoendo o facto de não haver chegado a Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais... sobre a Holanda.

Emily Perl Knisley

NA ROTA DOS BLOGUES AMIGOS!

A Carmo Cruz partilhou no seu blogue: "Muitos de entre aqueles que enchem a minha Caixinha de Afectos têm lido, sorrido, comentado, Rubem Alves. Um senhor por quem fiquei de amores desde que o conheci... Ora ontem à noite, ao correr de uma pequena pesquisa na net, aparece-me um texto a comentar "Gaiolas e asas". Lembram-se? As Escolas devem dar asas e não aprisionar. Ora, apesar do meu Amor sem remédio, não contesto que Rubem Alves se permite hoje dizer muitas coisas com que só sonhou. E faz ele muito bem! Mas também não nos faz mal nenhum ler e confrontar opiniões." Fica, assim, lançado o convite para a leitura do comentário/crítica (ainda que longo, mas vale a pena) a um texto de Ruben Alves. Via "Piruetas de Avó"

terça-feira, 15 de julho de 2008

TEMPO DE VÉSPERAS!

O HOMEM NO ESPELHO

Quando conseguir o que quer, na luta pela sua identidade
E o mundo o fizer sentir-se rei por um dia,
Procure um espelho e olhe-se nele
E veja o que é que ESSE homem tem a dizer.

Pois não é o julgamento do seu pai, ou mãe, ou esposa
Que você tem de se submeter;
A pessoa cujo veredicto mais importa na sua vida
É o homem que vê no espelho.

Muitas pessoas podem achá-lo um companheirão
Considerá-lo um tipo maravilhoso,
Mas o homem do espelho chamar-lhe-á um traste
Se você não for capaz de o olhar nos olhos.

É a ele que tem de agradar, nada mais interessa,
Pois é ele quem vai acompanhá-lo até ao fim.
E terá passado o teste mais perigoso e difícil
Se o homem do espelho o considerar um amigo.

Pode enganar o mundo inteiro pela vida fora,
Ir recebendo palmadas nas costas pelo caminho,
Mas a sua recompensa fina será feita de dores de cabeça e lágrimas
Se tiver enganado o homem do espelho.


Dale Wimbrow

segunda-feira, 14 de julho de 2008

OS DIREITOS DA CRIANÇA E A MÚSICA

No Dia Mundial da Criança o Fernando lançou no seu espaço um concurso muito interessante e educativo, sobre os Direitos da Criança e a Música. O resultado está aqui. Tudo o que se faça para nos despertar para o conhecimento, aprofundamento e "luta" pelos direitos da criança nunca é demais.
E deixo-vos com uma das músicas (ao sabor duma animação com uma mensagem muito interessante) propostas no concurso:


domingo, 13 de julho de 2008

AND'PRAIA 2008

As notícias referentes à etapa deste fim de semana da 10ª edição do And´Praia 2008 e que se realizou na Madalena, encontram-se no blogue do "Jota".

PORQUE HOJE É DOMINGO!

A PARÁBOLA DOS TALENTOS

Havia um homem muito rico, possuidor de vastas propriedades, que era apaixonado por jardins. Os jardins ocupavam o seu pensamento o tempo todo e ele repetia sem cessar: O mundo inteiro ainda deverá transformar-se num jardim. O mundo inteiro deverá ser belo, perfumado e pacífico. O mundo inteiro ainda se transformará num lugar de felicidade.


As suas terras eram uma sucessão sem fim de jardins, jardins japoneses, ingleses, italianos, jardins de ervas, franceses. Dava muito trabalho cuidar de todos os jardins. Mas valia a pena pela alegria. O verde das folhas, o colorido das flores, as variadas simetrias das plantas, os pássaros, as borboletas, os insectos, as fontes, as frutas, o perfume… Sozinho ele não daria conta Por isso anunciou que precisava de jardineiros. Muitos se apresentaram e foram empregados.


Aconteceu que ele precisou de fazer uma longa viagem. Iria a uma terra longínqua comprar mais terras para plantar mais jardins. Assim, chamou três dos jardineiros que contratara, e disse-lhes: Vou viajar. Ficarei muito tempo longe. E quero que vocês cuidem de três dos meus jardins. Os outros, já providenciei quem cuide deles. A você, Paulo, eu entrego o cuidado do jardim japonês. Cuide bem das cerejeiras, veja que as carpas estejam sempre bem alimentadas… A você, Hermógenes, entrego o cuidado do jardim inglês, com toda a sua exuberância de flores espalhadas pelas rochas… E a você, Boanerges, entrego o cuidado do jardim mineiro, com romãs, hortelãs e jasmins.


Ditas essas palavras, partiu. Paulo ficou muito feliz e pôs-se a cuidar do jardim japonês. Hermógenes ficou muito feliz e pôs-se a cuidar do jardim inglês. Mas Boanerges não era jardineiro. Mentira ao oferecer-se para o emprego. Quando ele viu o jardim mineiro disse: Cuidar de jardins não é comigo. É demasiado trabalho…Trancou então o jardim com um cadeado e abandonou-o.

Passados muitos dias voltou o Senhor, ansioso por ver os seus jardins. Paulo, feliz, mostrou-lhe o jardim japonês, que estava muito mais bonito do que quando o recebera. O Senhor dos Jardins ficou muito feliz e sorriu. Hermógenes mostrou-lhe o jardim inglês, exuberante de flores e cores. O Senhor dos Jardins ficou muito feliz e sorriu.
E foi a vez de Boanerges… E não havia forma de enganar: Ah! Senhor! Preciso de confessar: não sou jardineiro. Os jardins dão-me medo. Tenho medo das plantas, dos espinhos, das lagartas, das aranhas. As minhas mãos são delicadas. Não são próprias para mexer na terra, essa coisa suja…Mas o que me assusta mesmo é o facto das plantas estarem sempre a transformar-se: crescem, florescem, perdem as folhas. Cuidar delas é uma trabalheira sem fim. Se estivesse em meu poder, todas as plantas e flores seriam de plástico. E a terra estaria coberta com cimento, pedras e cerâmica, para evitar a sujeira. As pedras dão-me tranquilidade. Elas não se mexem. Ficam onde são colocadas. Como é fácil lavá-las com esguichos e vassoura! Assim, eu não cuidei do jardim. Mas tranquei-o com um cadeado, para que os traficantes e os vagabundos não o invadissem.
E com estas palavras entregou ao Senhor dos Jardins a chave do cadeado. O Senhor dos Jardins ficou muito triste e disse: Este jardim está perdido. Deverá ser todo refeito. Paulo, Hermógenes: vocês vão ficar encarregados de cuidar deste jardim. Quem já tinha jardins ficará com mais jardins. E, quanto a você, Boanerges, respeito o seu desejo. Não gosta de jardins. Vai ficar sem jardins. Gosta de pedras. Pois, de hoje em diante, irá partir pedras na minha pedreira…
Rubem Alves
Gaiolas ou Asas
A arte do voo ou a busca da alegria de aprender
Porto, Edições Asa, 2004

NO COMMENT!

NA ROTA DO ANO PAULINO


E continuamos, como prometido aqui, com a indicação da divisão dos textos propostos para o Ano Paulino. Para esta semana os textos do "roteiro" da lectio divina são: 13/07: Rom 3, 5-8
; 14/07: Rom 3, 9-18; 15/07:Rom 3, 19-20; 16/07: Rom 3, 21-26; 17/07: Rom 3, 27-31; 18/07: Rom 4, 1-5; 19/07:Rom 4, 6-8.