Estou convencido que não é à pancada.
E embora haja quem pense
Que dar confiança é arriscado
Eu creio que o único caminho é o amor.
Não me preocupam nada temores do género:
“- e lhes damos uma mão querem logo o braço”.
“- Comem-nos as papas na cabeça”.
“- Pela caridade entrou a peste no mundo…”
Não me preocupam, primeiro,
Porque não é a dignidade do professor
O supremo valor da escala educativa.
Não me preocupam, depois,
Porque o que interessa,
Mais do que as manifestações exteriores de respeito,
É o verdadeiro respeito interior.
Não me preocupam, finalmente,
Porque creio que é mais efectivo,
Muito mais educativo e mais belo,
Ver como as pessoas
Aprendem a amar e a confiar nas pessoas,
Ver como aprendem a ser mais felizes.
Não temo que me comam as papas na cabeça,
Que abusem da minha confiança.
Porque é preferível rirem-se
(se for esse o caso)
Do que serem vítimas da nossa insensibilidade,
Do nosso rigor
Da nossa amizade.
Porque a fortaleza está no amor
E não na imposição da disciplina.
Não nos tornamos mais fortes por mantermos a ordem,
Por as crianças “se não mexerem”,
Por se saber perfeitamente quem detém a autoridade.
Seremos fortes se não nos preocupamos em sê-lo,
Se verdadeiramente amamos os outros,
Se fizermos nascer no seu íntimo
O desejo de serem melhores,
De serem solidários e respeitadores,
De serem amantes da justiça
E da ordem que nasce da justiça e não da força,
E não do temor,
E não da violência.
Só neste clima
É que as pessoas aprendem a ser livres
A ser melhores.
5 comentários:
Bela proposição de vida para o princípio da semana! Poi! Estamos sempre a dizer a mesma coisa:
Santo Agostinho: Ama e faz o que quiseres (desde que o faças com Amor.
Raoul Foulereau: A única Verdade é Amar
Faça favor de ser feliz, menino Raul! Foi para isso que Deus o criou! Ab. Avó Pirueta
Não é Poi, claro, é Pois. E eu até já tomei o pequeno-almoço! Não há razão nenhuma para comer letras! Avó Pirueta
felix qui potuit rerum cognoscere causas.
um abrace munte vêrde désta sérra
Identifico-me fundamentalmente com a última parte deste escrito.
Tento pôr em prática com os meus alunos estas, para mim, verdades.
Costumo até dizer, e aos próprios pais, que me interessa mais que os garotos saiam no final do ano mais ricos como pessoas do que sabedores temporários das maérias que tento ensinar-lhes.
É que hoje em dia, com a falta dos avós em casa, e das mães, e o consequente e progressivo desmembramento do edifício familiar, a maior ajuda que se pode prestar numa escola é contribuir para uma geração não desprovida de ética e valores humanos, incutir-lhe os instrumentos que lhe venha a proporcionar o exercício futuro de uma cidadania livre, mas responsável e assente na ética e nos valores cristãos da tolerância, da solidariedade e do maior respeito pelas diferenças entre os seres vivos.
Saudações.
Jorge P.G.
Belo Credo Pedagógico.
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