quarta-feira, 18 de junho de 2008

DITOS E ESCRITOS!


Ser mãe é isto


Queria abraçar-te com força, tomar-te nos meus braços e embalar-te pelo dia adentro e até ao fim da noite.

Queria limpar as tuas lágrimas com um pano suave como uma nuvem, tocar ao de leve a tua pele, deixando os meus dedos afagarem cada pedacinho, para te tapar com amor, com desvelo e carinho.

Queria ter a certeza que o céu te cobrirá para sempre de bênçãos, que a tua vida será doce, aprazível, calma como o mar em dia de maré vazia, quando foge da praia e parece plano, um espelho. Queria afastar de ti todos os perigos, todos os males, todas as mágoas.

Mas sei que não é possível e sei também que é assim que deve ser. Porque quem nunca chorou não é um ser humano pleno, quem nunca se arrependeu de algo não vale a pena andar por cá, a gastar palavras e gestos e a fingir que existe.

Porque o teu futuro é hoje, e o que foi ontem e o que será o amanhã e tu guardarás dentro de ti tudo o que viveste, o que doeu e o que te fez rir, numa mistura tão estranha como poderosa.

Porque os que atravessam a vida plenos de certezas, os que nos rodeiam e não sentem necessidade de questionar porque nasce o sol, quem fez as flores ou o que vai dentro de alma se é verdadeiro ou não, ou se tudo o que sentimos é uma fuga, desses não devemos ter nada a não ser pena.

O meu amor por ti será sempre maior que o universo. Porque te sei como tu não sabes, te conheço como ninguém e por estas razões só posso ter orgulho, e não existe dentro de mim sobra de medo do teu futuro, da tua vida. Ser mãe é isto.


Luísa Castel-Branco
in Destak 17 06 2008


Czlowiek stworzony jest z milości i do milości
Os homens
foram criados por amor
e para amarem.

Citação in FERNANDO

6 comentários:

renard disse...

Caro Raul:

Devo dizer que fiquei surpreendida pelas palavras lindíssimas serem de Luísa Castel-Branco. Talvez devido ao seu "papel" no "Elo mais Fraco" tenha ficado com uma ideia errada da Sra.
Sabe, desejp imensamente ser mãe. Mas a vida ainda não mo permite e, por isso, espero pacientemente para que um dia possa ter esse privilégio.
No entanto, ao ler as palavras só me lembrava da minha mãe. Como ela sofre por mim e comigo. Como me tenta animar quando estou em baixo. Como me consola quando me partem o coração. Como me aceita mesmo que as minhas ideias não coadunem com as dela. Como me apoia incondicionalmente se erro mesmo depois de ela me ter avisado... Ela até vai à Hidroginástica comigo para eu não me sentir sozinha! Sei que também lhe faz bem, mas é um gesto maravilhoso. O que nos divertimos as duas na galhofa dentro de água.
Refilo e martirizo-me muito porque a vida tem sido um pouco madrasta. Todavia, não posso deixar de enaltecer o meu amor pela minha mãe e repetir que se como mãe conseguir ser metade do que ela é, serei já uma óptima mãe!

Beijinhos Raul

Saudações Tribais

titofarpas disse...

Parabéns pelo blog. Adorei!!!

Anónimo disse...

Ser Mãe é também ter o prazer de de ser beijada por palavras doces como as da renard, que nos fazem acreditar que vale a pena continuar.
Ao Raul, obrigada pelos seus textos, que nos falam da vida para além da escola, e do lado bonito de ser professor.
Nídia

Avó Pirueta disse...

Em nome de todas as Mães e de todos os Filhos, obrigada, Luísa. Porque soubeste (és uma figura pública, posso tratar-te assim)dizer, em nome de todas as Mães o que muitas não sabem senão sentir. E os Filhos, tenho a certeza, agradecem-te teres-lhes mostrado o que eles recebem.
Sabe-se, hoje, que nem todas as Mulheres devem ser Mães. Mesmo que possam sê-lo. Sabe-se, sem sombra de dúvida, que nem sempre aquele grito de alegria e deslumbramento de Fernanda de Castro no Poema da Maternidade, após o nascimento do filho, acontece. Porque nós não somos só fêmeas. Para sermos Mães temos que ser Mulheres completamente. Infinitamente completas. Mas ainda me lembro de olhar para os meus filhos, acabadinhos de nascer e pensar: "Será que mereço?"
Renard, parabéns pelo Poema que escreveste à tua Mãe. Lindo, Garto. Profundo. Deus vos abençoe.
Raul, tu encontras sempre o que nos nos está a fazer falta. Obrigada. Um beijo da Avó Pirueta

BC disse...

Como mãe, só posso responder com um poema:

Como princesa te fiz
Uma princesa gerei
Nove meses foram anos
De luta, suor e lágrimas
Princesas exisem muitas
Com reinos feitos de ouro
Mas o teu reino é um jardim
Feito de Amor e Paixão
Para mim és uma princesa
Bem igual a tantas outras
Mas por seres minha, e de mim vires
Sendo igual a tantas outras
És diferente das demais

Abraço a todos as mães e a todas as mulheres,que sendo mães ou não
se
sintam sempre mulheres.
"Mãe não é só aquela que dá à luz é aquela que dá amor"

Unknown disse...

Mãe, é sempre mãe!