sexta-feira, 25 de abril de 2008

OLHAR O FUTURO!



O texto que se segue está aqui por empréstimo de um amigo que, do meu ponto de vista, nos deixa uma sugestão pertinente: Ajudar os alunos a fazer uma coisa que fazemos pouco: Olhar para depois de amanhã.

Aqui fica o texto:


Há dias numa escola, ao olhar para um painel feito pelos alunos, sobre os descobrimentos e possessões portuguesas dos séculos XV e XVI, fiz um comentário-reflexão com duas professoras que me acompanhavam.

Ontem de manhã, a minha filha contou-me que a sua turma está a desenvolver um trabalho sobre Portugal, para depois, via internet trocarem a informação, em inglês, com uma escola polaca. À minha filha calhou-lhe trabalhar sobre figuras portuguesas: Amália; Eça; Vasco da Gama e Fernando Pessoa.

A história é muito importante! Não há dúvidas!Mas num país como Portugal, tão rico em história, com gente tão hollywoodesca (no melhor sentido da palavra)... não corremos o risco de sobrecarregar os alunos com tanto peso histórico que fiquem com receio de não estar à altura da herança?

Afinal, na parábola dos talentos que Jesus contou na Galileia há dois comportamentos possíveis:

arriscar, investir ou o medo de perder...


O comentário que me surgiu ao olhar para o painel foi algo do género: e se em vez de olharmos sempre para o passado, para o que os nossos antepassados fizeram, olhássemos para o futuro?Por que não fazer um painel sobre Portugal em 2108? Obrigava os alunos a fazer uma coisa que fazemos pouco. Olhar para depois de amanhã!

Ao olhar e ao retratar o Portugal hipotético do início do século XXII, talvez fosse possível incutir a noção de causa-efeito. Não há acasos! Seremos como país futuro real, o somatório das acções que todos nós vamos fazer durante a nossa vida.

Se queremos um país futuro real com as características xis, o que é que cada um pode fazer? Qual o desafio que tem pela frente?

Os alunos seriam projectados para o futuro, aprenderiam qual a sua contribuição possível, aprenderiam que não há nada que nos garanta que o futuro será melhor que o passado se não fizermos por isso.

Gente com esta experiência, com 2/3 anos de treino, quando chegasse à vida activa... estaria muito mais apta a gerir a sua vida, estaria muito mais vacinada contra a demagogia dos políticos e autarcas, seria muito mais exigente consigo e com os outros.

1 comentário:

Raul Martins disse...

De um comentário que Carmo Cruz deixou no "terrear" e que eu acheo oportuno deixar aqui:

E essa missão só pode consumar-se, realizar-se se for estabelecida sobre valores, se tiver metas e resultados. Ora já tenho aplicado estes princípios a lidar com jovens adultos. Pergunta 1: onde queres estar daqui a 10 anos? O que queres estar a fazer?
2. Quais são os objectivos, as finalidades que terás de estabelecer para definir os passos a dar?
3. O que tens de fazer e sobre que valores te sustentas? (auto-estima, solidariedade, respeito pelos outros, etc)
4. Que estratégias vais usar para fazer o que tens a fazer?
5. Que metas marcas para avaliar o seu caminho percorrido e te certificares de que este é aquele a seguir?
6. Que resultados defines para encontrares ao fim de cada meta?
Etc., etc.
Mesmo em Angola e Moçambique, com jovens que têm capacidade intelectual mas não económica costumo fazer "brincadeiras destas". E os efeitos-resultados animam-me a prosseguir.