quinta-feira, 3 de julho de 2008

O CANTINHO DO PADRE MÁRIO!


O Amor,
único meio de perfeição

O ensinamento de S. Teresa de Lisieux centra-se no amor,
o único meio de atingir a perfeição:

«Não conheço outros meios para atingir a perfeição
a não ser “o Amor”...».

Seguindo S. Paulo, compreende que só o Amor dá valor a todas as realidades da nossa vida, começando pelas mais pequenas.

A ciência do amor

Teresa, permanecendo pequena, não renuncia aos seus grandes desejos de santidade. Mas, pelo contrário, nesta aceitação voluntária e alegre da sua pobreza, encontra o único meio de realizar os seus desejos infinitos: fazê-los acontecer para Aquele que pôs estes desejos no seu coração. Aceitando ser tão imperfeita e miserável, para que somente Deus possa ser nela a perfeição, a sua força e santidade.

Ela atingirá, como deseja, o cume da montanha do amor, e chegará lá mais rápido do que seguindo qualquer outro caminho.

Descobriu verdadeiramente a via mais pequena, muito curta, que nos conduz ao próprio coração de Deus, e isto, muito mais rapidamente do que todas as escadas que os homens são capazes de construir.

Esta é fortuna dos pequeninos: os grandes têm inumeráveis modos complicados para atingir a perfeição (ou de a tentar), os pequeninos apenas possuem um, mas infalível, que é Deus só.
«Mas quero procurar o modo de ir para o Céu por uma pequena via bela e direita, muito curta, uma pequena via toda ela nova».

Isto é, com a ajuda de um elevador que substitui vantajosamente os degraus de uma escada rude, a da perfeição. Ela sabe exactamente o necessário para ela. Armada deste saber, adentra-se pela Sagrada Escritura:
«Então procurei nos livros santos a indicação do elevador, objecto do meu desejo; e li estas palavras saídas da boca da Sapiência Eterna: Se alguém for muito pequeno, venha até mim. Assim cheguei a intuir que tinha encontrado o que procurava. E querendo saber, ó meu Deus, o que faríeis ao mais pequeno que respondesse ao vosso chamamento, continuei as minhas pesquisas e eis o que encontrei:
“Como uma mãe acaricia o filho, assim vos consolarei: levar-vos-ei ao colo e sentar-vos-ei sobre os meus joelhos!”».

«A ciência do Amor! Oh, sim! Esta palavra ressoa docemente aos ouvidos da minha alma. Eu desejo apenas aquela ciência (...)

Jesus se compraza de me mostrar o único caminho que conduz a esta fornalha Divina. Este caminho é o do abandono da criança que adormece tranquilamente, sem temor, nos braços de seu Pai...».

2 comentários:

Avó Pirueta disse...

Obrigada, Padre Mário, por nos desvelar mais um pouco de Santa Teresa. Que, querendo fazer-se tão pequena, se fez tão grande. Deixei de querer entendê-la: prefiro pensar nela, desejar que por esse pensamento algo há-de perpassar e chegar até mim. Porque a diferença entre nós é abissal: Teresa fazia-se pequena. Eu sou mesmo pequena. Pequena, pequena, pequena, nas minhas imperfeições. Ponho, por isso, a minha Esperança na misericórdia e peço que Ele me julgue com misericórdia e não com justiça. Enquanto tento lembrar-me de fazer o mesmo aos outros. Com muita dificuldade. Um abraço grato, Padre Mário

Anónimo disse...

Demorei algum tempo a escrever, porque começo a sentir uma certa dificuldade em comentar estes textos. Não sou estudiosa das santas doutoras da Igreja e, por isso ou não, é-me difícil entender como se pode dedicar uma vida, embora curta, ao Divino, quando, cá na terra há tantos seres que precisam do nosso amor, da nossa dedicação, do nosso tempo real e efectivo...Hoje, fico-me por este desabafo...Fiquem bem!