Este é um texto do jovem Diogo, que já aqui vos apresentei, juntamente com a Mariana, em post anterior e queria fazer um enlace para o blog deles para o lerem lá, mas resolvi não o fazer e colocá-lo aqui mesmo, sem deixar de reformular o convite para visitarem o seu espaço. Aqui fica o texto.
Dizer parvoíces sobre ambulâncias não é novidade para mim. De facto, a minha primeira piada, de toda a minha vida, foi sobre uma ambulância. Estava eu em casa da minha bisavó, chamou-se uma ambulância agora não me lembro porque carga de água, e na altura - vejam lá aos anos que isto foi (sinto-me acabado...) - o número de emergência era o 115. Com a demora da ambulância, saio-me eu com esta: "Fogo (na altura "fogo" estava muito na moda), mais valia termos chamado o 114".A minha mãe riu-se. O meu pai chorou de orgulho. A minha bisavó pediu-me para repetir. Ao início pensei que era por ter gostado, mas foi porque não ouviu. Seja como for, fui um sucesso. A partir daí, tomei-lhe o gosto e fiquei parvo.
Decidi agora escavar fundo na imundície dos alicerces da minha imbecilidade.
O que me fez recordar isso foi a notícia da ambulância que foi albaroada por um comboio numa passagem de nível. É catastrófico pensar que um veículo que salva vidas aos magotes pode ser também o transporte para a última viagem da vida, quando tanto quanto sei os utentes estavam a fazer fisioterapia. É como um barco salva-vidas a transformar-se em poucos segundos num navio-expresso para Aqueronte.
Agora a questão é o porquê da tomada do risco, e isto é sério, é a cidadania dos condutores que nos podem guiar à bifurcação entre a vida e a morte. A condutora era uma mulher, portanto não foi por exibicionismo. Não foi pela gravidade dos utentes, que parece que só tinham problemas nos ossos (podia fazer aqui uma piada macabra, mas hoje faço meses de namoro e devo a integridade à minha namorada). Tudo não passou de uma mera fraqueza humana de querer superar barreiras. O homem não gosta de barreiras. Detesta limites. E eu incluo-me. Quando as folhas do meu caderno têm aquelas linhas vermelhas verticais, só me apetece ultrapassá-las, nem que tenha o caderno todo disponível. Eu posso nem sequer me lembrar que tenho chocolates, mas mal a minha mãe me diz para não os comer porque já vamos jantar começo logo a roer-me todo. No fundo, este acidente não passou de mais uma tentação inata de pecar por gosto.
E quem culpamos? A falta de sinalização ou a maçã de Eva?
Dizer parvoíces sobre ambulâncias não é novidade para mim. De facto, a minha primeira piada, de toda a minha vida, foi sobre uma ambulância. Estava eu em casa da minha bisavó, chamou-se uma ambulância agora não me lembro porque carga de água, e na altura - vejam lá aos anos que isto foi (sinto-me acabado...) - o número de emergência era o 115. Com a demora da ambulância, saio-me eu com esta: "Fogo (na altura "fogo" estava muito na moda), mais valia termos chamado o 114".A minha mãe riu-se. O meu pai chorou de orgulho. A minha bisavó pediu-me para repetir. Ao início pensei que era por ter gostado, mas foi porque não ouviu. Seja como for, fui um sucesso. A partir daí, tomei-lhe o gosto e fiquei parvo.
Decidi agora escavar fundo na imundície dos alicerces da minha imbecilidade.
O que me fez recordar isso foi a notícia da ambulância que foi albaroada por um comboio numa passagem de nível. É catastrófico pensar que um veículo que salva vidas aos magotes pode ser também o transporte para a última viagem da vida, quando tanto quanto sei os utentes estavam a fazer fisioterapia. É como um barco salva-vidas a transformar-se em poucos segundos num navio-expresso para Aqueronte.
Agora a questão é o porquê da tomada do risco, e isto é sério, é a cidadania dos condutores que nos podem guiar à bifurcação entre a vida e a morte. A condutora era uma mulher, portanto não foi por exibicionismo. Não foi pela gravidade dos utentes, que parece que só tinham problemas nos ossos (podia fazer aqui uma piada macabra, mas hoje faço meses de namoro e devo a integridade à minha namorada). Tudo não passou de uma mera fraqueza humana de querer superar barreiras. O homem não gosta de barreiras. Detesta limites. E eu incluo-me. Quando as folhas do meu caderno têm aquelas linhas vermelhas verticais, só me apetece ultrapassá-las, nem que tenha o caderno todo disponível. Eu posso nem sequer me lembrar que tenho chocolates, mas mal a minha mãe me diz para não os comer porque já vamos jantar começo logo a roer-me todo. No fundo, este acidente não passou de mais uma tentação inata de pecar por gosto.
E quem culpamos? A falta de sinalização ou a maçã de Eva?
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