De quando em vez colocarei aqui no meu blog algumas reflexões poéticas do meu amigo Carlos. Depois, cada um que diga de sua justiça.
Cumplicidades
(Mãe: amores-perfeitos na primavera dos afectos)
Diz-me,
Conta-me devagar,
De que matéria é a poeira
Que cobre o teu olhar.
Das tuas memórias escondidas,
Eternas como o tempo...
Quando o antes e depois se fundem,
Conta-me tudo,
Devagar.
Diz-me,
Quantas vezes pensastes
Em voar e te perdestes,
Por não saber para que lugar.
Então permanecestes!..
À espera que tudo,
Que tudo à tua volta
Se esgotasse de esperar,
O não haver sido,
O não saber sequer enunciar.
Como uma cantiga de embalar,
Conta-me tudo,
Devagar.
Guizande, 2007
2 comentários:
Eu leio devagar para que possa desfrutar de uma poesia tao ...
Poeta ou não, gostesse ou não... o importante é partilharmos sentimentosos... e quem não gosta de partilhar sentimentos sobre a sua mãe (penso que é sobre a mãe que o autor fala)... a que tinha paciência e, devagar, nos aconchegava para podermos adormecer... e devagar nos escutava e passava as mãos pelo cabelo e nos acariciava e ficavamos mais tranquilos.
Não sei se é grande poesia... nem sei bem o que é isso... o que eu sei é que há palavras que nos dizem alguma coisa e mexem com os nossos sentimentos... comigo mexeu... para mim é poesia.
S.M.
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