A campainha tocou. "Queremos falar consigo!" Ouvi pelo intercomunicador. Como não conhecia quem estava do outro lado pedi que aguardassem e fui ao portão.
"Ah! É você!". Exclamaram surpreendidos. "Vamos embora. Não sabíamos que morava aqui." Perguntei-lhes porque tinham dito aquelas palavras e lá me foram esclarecendo que eram testemunhas de Jeová e como sabiam que eu era professor de moral, "um católico forte", não valia a pena falarem comigo. Senti que estavam com receio de falar. Não insisti em continuar a conversa. Apenas lhes disse que poderiam aparecer sempre que quisessem.
E não sei o que é isso de ser "católico forte". Apenas católico. Aliás, não sou, tento ser. Tento ser cristão. E respeito, respeito muito, quem pensa diferente, quem tem as suas crenças, as suas convicções e luta por elas. Nesta vida, temos que aceitar o caminho que cada um pretende seguir, seja no campo religioso ou político, desde que não coloquem em causa valores e direitos do Homem. Mau é quando não há tolerância nem humildade para respeitar o Norte que cada um escolheu.
2 comentários:
É básico, para podermos viver numa sociedade, é respeitarmo-nos.
Respeitarmos o espaço de cada um.
E...SABERMOS OUVIR!
Nem sempre é fácil escolhermos o nosso Norte! São muitas as desilusões que por vezes sofremos, especialmente quando nos apercebemos que as nossas convicções por vezes nos deixam ficar "sem norte" (estou a falar quer das convicções políticas, quer religiosas, quer simplesmente quando, ao vermos todos os dias as notícias, nos decepcionamos com as atitudes de alguns).
No entanto agradeço-te a ti em especial por, nestes anos todos (e já lá vão muitos), respeitares o "Norte" que escolho... mesmo quando provavelmente sabes não ser o melhor "Norte". Mas já sabes como sou... uma mulher de gosta de defender as suas convicções até ao fim!
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