sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Para que Serve uma Avaliação Intercalar?



Uma pertinente e oportuna reflexão do professor Matias Alves no seu "terrear" que aqui deixo:

Motivado por amável leitora que referiu em comentário ao texto de António Vieira que iria precisar do socorro do sermão, nesta semana de avaliações intercalares, pus-me a pensar no sentido e nos fins que deveriam orientar estes tempos de encontro entre profissionais do mesmo ofício do fazer aprender.

Quanto ao sentido, parece óbvio: sendo um tempo de paragem breve da atividade de ensino e em que todos se reunem para avaliar formativamente os percursos dos seus alunos, o sentido destas reuniões só pode ser o da procura e da compreensão. Ou, se quisermos, um tempo de aprendizagem dos próprios professores. Uma aprendizagem que se faz a partir do reconhecimento dos nossos próprios limites, da reflexão individual e coletiva, da procura dos pontos fortes e dos pontos fracos das aprendizagens de cada aluno e do ensaio de compreensão das múltiplas causas que podem estar presentes. E que podem ter a ver com o modelo didático em uso, com os modos de gestão do programa, com a relação pedagógica, com a postura e as vontades dos alunos, com a (des)valorização da escola (que cumpre muito menos as suas promessas...), com....
É, pois, um tempo fecundo de encontro de inteligências em desassossego que não desistem de tentar compreender, de procurar aprender, de ensaior novos caminhos que possam gerar outra vinculação ao trabalho escolar.

E, sendo este o sentido, as finalidades são óbvias: diagnosticar, em equipa pedagógica, o que pode ser melhorado na nossa ação, na ação dos alunos, na disposição das famílias. E como o conseguir e monitorizar. Esta poderia ser a aliança das vontades se fosse possível ver que a nossa salvação como profissionais passa, necessariamente, por aqui.

José Matias Alves in TERREAR

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