sexta-feira, 1 de julho de 2011

LAR JUVENIL DOS CARVALHOS -25º ANIVERSÁRIO.

A entrevista que aqui vos deixo, já foi feita há quase 10 anos e publicada na nossa "GERAÇÃO CIC" e que eu aqui reedito, não só para recordar mas também, para os que ainda não conhecem o Lar Juvenil dos Carvalhos, que hoje celebra os seus 25 anos, o fiquem a conhecer. A entrevista foi feita pelos alunos do 5º e 6º anos de escolaridade, inscritos nos Clubes de Audiovisual e Jornalismo, Academia de Talentos e Leitura, no dia 22 de Outubro de 2003. Retomamos, pois, o trabalho dos alunos:

Quando chegámos ao Lar fomos recebidos por um dos seus monitores, a seguir dirigimo-nos para uma sala de reuniões, na qual o Pe. Marçal, responsável máximo do Lar, nos dirigiu umas breves palavras acerca dos objectivos do Lar e do seu funcionamento. Houve ainda um momento significativo, a oferta de alguns livros ao Lar Juvenil pelos alunos do Clube de Leitura.
A seguir o momento mais esperado: fomos visitar as instalações novas do Lar acompanhados pelo Sr. Pe. Marçal e por alguns monitores. Visitámos a sala de Jantar, a sala de convívio e os quartos dos jovens que frequentam o Lar.

No final da visita regressámos à sala de reuniões, onde o Pe. Marçal nos dirigiu mais algumas palavras no sentido de nos despertar a consciência em ordem à ajuda que a sociedade pode dar a esta Instituição, pois dessa ajuda depende muito a educação e formação dos jovens que por necessidade a ela recorrem.


C. J. – Que avaliação faz desta grandiosa obra?

P.M. – Que valeu a pena lutar por muito tempo para concretizar um sonho, para que as crianças que têm menos possibilidades em termos, digamos, sociais, tenho aqui no Lar Juvenil uma dimensão igual à das outras crianças, pois eu não sabia fazer uma casa para crianças com menos possibilidades, ou seja, a vida para mim é igual em todos.

C. J. – Foi difícil construir esta obra?

P. M. – Basta dizer que foram precisos 17 anos, não é só esta construção que começou no ano 2000, mas toda a preparação daquilo que seria melhor: construir uma parte nova ou reconstruir a parte já existente. É preciso conhecer muitas pessoas, o Ministério, o Governo Civil, para que cada processo tivesse o melhor andamento, foi o tempo que nos trouxe até aqui.

C. J. – De uma forma geral, qual o objectivo principal do Lar Juvenil dos Carvalhos?

P. M. – É acolher crianças em risco, crianças, adolescentes e jovens, vocês conhecem alguns mas nós neste trabalho conhecemos muitos jovens que precisam realmente de ser ajudados, porque é um tempo fundamental da vida, ou agora ou nunca.

C. J. – Fale-nos um pouco do papel da Igreja na concretização de projectos como este.

P. M. – Eu acho que vocês sabem, que a Igreja, como é um Corpo muito Unido, tem um objectivo e uma Missão que é estar junto dos mais pobres e dos mais necessitados, por isso a Igreja através das Instituições aproxima-se sempre destas situações para determinar um caminho e uma resposta. A Igreja é um Corpo pela amizade e pela palavra enviada aos pobres, aos “encaminhados e desencaminhados da vida” e por isso também é a nossa missão. Eu não estou aqui com uma missão pessoal, sou Padre Missionário, que é aquele que dá a sua vida aos outros.

Vocês vão celebrar este mês no Colégio o dia de S. António Maria Claret, um homem que “arde em caridade, abrasa por onde passa, nada o detém, goza das privações, procura os trabalhos, compraz-se nas calúnias e o seu único pensamento é seguir e imitar Jesus Cristo”, como Missionário é isso que faço.

C. J. – E em relação à educação, a Igreja tem desempenhado um papel indispensável na formação dos jovens de hoje?

P. M. – Eu penso que sim, até porque eu estive como Pároco de Pedroso durante 13 anos e as pessoas que dinamizavam a Paróquia eram os jovens, eu consegui unir a mim uma multidão de jovens, eles estão vocacionados para o serviço, para ajudar os outros, por conseguinte para nos ajudar na nossa missão que é a mesma da Igreja.

C. J. – Os jovens reconhecem o esforço desenvolvido pela Igreja na sua formação?

P. M. – Sim, penso que sim, porque com eles podemos construir muitas coisas. Existe ainda um bocado de obra por acabar, aquela casa que está lá em baixo à entrada que se vai chamar “Casa do Pão”, estive a conversar com o empreiteiro, não vamos buscar dinheiro a lado nenhum, vamos nós juntamente com os jovens tentar fazer mais construções. Quando cá cheguei, reparei que existem muitos jovens que estão como voluntários, isto é um sinal de reconhecimento por aquilo que foi feito por eles. É uma forma de estarem ligados a este projecto. O poder da vida é muito forte, por isso também eles se disponibilizam para ajudarem os mais necessitados, proporcionam eles agora o que lhes foi proporcionado no momento mais importante das suas vidas. São também eles uma ajuda às famílias.

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