Nunca mais esquecerei essa figura franzina, de sorriso largo e olhar sereno - vejam a foto que acompanha o texto -, que conheci num encontro de Jovens na Igreja de Cedofeita no Porto, no início da década de 80 do século passado (que estranho!). Pouco mais de um metro e cinquenta, "bonzinho e feiinho como o E.T." ( na altura fazia furor o filme), como ele próprio se definia, encantou a plateia e as três horas que alí passámos parecia que tinham sido apenas uns minutinhos.
Hoje, partilho convosco, neste espaço, três "notas" poema-refleção-partilha-inquietações de um dos seus livros: O Deserto é Fértil:
Hoje, partilho convosco, neste espaço, três "notas" poema-refleção-partilha-inquietações de um dos seus livros: O Deserto é Fértil:
SE DISCORDAS DE MIM, TU ME ENRIQUECES!
Se és sincero
e buscas a verdade
e tentas encontrá-la como podes,
ganharei
tendo a honestidade
e a modéstia
de completar com o teu
meu pensamento,
de corrigir enganos,
de aprofundar a visão...
LIÇÕES QUE NÃO NOS DEVEM ESCAPAR!
Diante de um colar
- belo como um sonho-
admirei, sobretudo,
o fio que unia as pedras
e se imolava anónimo
para que todas fossem um...
AFINADOR
Admiro e quase invejo
não tanto
teu ouvido privilegiado
que capta
cada nota,
e sente em cada uma
o mais leve desajuste
o menor passo em falso...
Admiro e quase invejo
a fineza com que levas
notas dissonantes
a de novo
se harmonizarem...
D. Hélder Câmara in O DESERTO É FÉRTIL
1 comentário:
Olá Raul,
Há horas que desejamos que nunca acabem.
Do mais simples tiram-se grandes lições.
Beijinho
"Carpe Diem"
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