Jesus chama à sequela
«Muitos são os chamados e poucos os escolhidos»: são estas, entre as palavras do Evangelho, as que Teresa privilegia e que contribuíram para a tornar consciente do projecto de Deus sobre si.
Dentro desta perspectiva mais pessoal, surge o radicalismo evangélico com o seguimento dos conselhos evangélicos no binómio: seguir Cristo e vida de perfeição.
A vida cristã é serviço e o serviço leva a uma ruptura, a uma laceração, mesmo na grande alegria de «poder seguir os conselhos de Nosso Senhor Jesus Cristo», na experiência do seu «jugo suave» e na consciência que n’Ele tudo se pode.
O serviço-sequela é separação, desaparecimento de todas as seguranças; é risco: «Parece-me que quem começa a servir a Deus com verdade, o mínimo que pode oferecer – depois da entrega da vontade – é a vida nómada».
Por isso, o serviço configura-se como cruz: «é um grande fundamento para se livrar das armadilhas e gostos que o demónio dá a quem começa a empreender com determinação o caminho da cruz. O próprio Senhor mostrou este caminho de perfeição, dizendo: “Toma a tua cruz e segue-me”». Jesus é o primeiro servo.
Sequela (seguimento) e serviço têm apenas uma única meta para ela: o partilhar a vida de Cristo. Animada pelo único desejo de «só servir ao seu Cristo crucificado», Teresa compreende que esta condição é necessária para um serviço adequado.
O caminho com Jesus é uma nova criação da existência: «o amor a Deus consiste no servir a Deus com justiça, com firmeza de ânimo e humildade», com «simplicidade de coração». Exige coragem, esquecimento de si, espírito de comunhão, distanciamento das coisas e das pessoas, sofrimento como garantia de um autêntico serviço. Via árdua, mas amada, porque o serviço é sequela de Jesus. Um seguimento não gravoso; não a escuridão duma dor incompreensível, mas a partilha da paixão de Jesus: «Juntos andamos, Senhor; por onde foste, tenho de ir; por onde passaste, hei-de passar».
Jesus é crucificado por amor aos irmãos.
O serviço em Seu favor torna-se, por isso, serviço aos irmãos.
O serviço ao homem é apenas uma resposta, na humildade, ao serviço que o próprio Deus nos fez em Jesus. Jesus serviu, sobretudo, morrendo. Por isso, a consciência de Lhe restituir, numa mínima parte, o serviço recebido, mesmo que traga consigo a experiência última da morte, e também por isto, torna alegre o seguimento, a via real da cruz, que é o próprio crucificado.
O serviço tem ainda um outro qualificativo, o mais alto: é a glória e concerne directamente ao bem da Igreja. Aparece aqui toda a eclesialidade de Teresa, que anima a sua coragem apostólica.
À luz de Jesus que chama, compreende-se a oração de Teresa, o seu desejo de serviço/libertação de Cristo:
«Muitos são os chamados e poucos os escolhidos»: são estas, entre as palavras do Evangelho, as que Teresa privilegia e que contribuíram para a tornar consciente do projecto de Deus sobre si.
Dentro desta perspectiva mais pessoal, surge o radicalismo evangélico com o seguimento dos conselhos evangélicos no binómio: seguir Cristo e vida de perfeição.
A vida cristã é serviço e o serviço leva a uma ruptura, a uma laceração, mesmo na grande alegria de «poder seguir os conselhos de Nosso Senhor Jesus Cristo», na experiência do seu «jugo suave» e na consciência que n’Ele tudo se pode.
O serviço-sequela é separação, desaparecimento de todas as seguranças; é risco: «Parece-me que quem começa a servir a Deus com verdade, o mínimo que pode oferecer – depois da entrega da vontade – é a vida nómada».
Por isso, o serviço configura-se como cruz: «é um grande fundamento para se livrar das armadilhas e gostos que o demónio dá a quem começa a empreender com determinação o caminho da cruz. O próprio Senhor mostrou este caminho de perfeição, dizendo: “Toma a tua cruz e segue-me”». Jesus é o primeiro servo.
Sequela (seguimento) e serviço têm apenas uma única meta para ela: o partilhar a vida de Cristo. Animada pelo único desejo de «só servir ao seu Cristo crucificado», Teresa compreende que esta condição é necessária para um serviço adequado.
O caminho com Jesus é uma nova criação da existência: «o amor a Deus consiste no servir a Deus com justiça, com firmeza de ânimo e humildade», com «simplicidade de coração». Exige coragem, esquecimento de si, espírito de comunhão, distanciamento das coisas e das pessoas, sofrimento como garantia de um autêntico serviço. Via árdua, mas amada, porque o serviço é sequela de Jesus. Um seguimento não gravoso; não a escuridão duma dor incompreensível, mas a partilha da paixão de Jesus: «Juntos andamos, Senhor; por onde foste, tenho de ir; por onde passaste, hei-de passar».
Jesus é crucificado por amor aos irmãos.
O serviço em Seu favor torna-se, por isso, serviço aos irmãos.
O serviço ao homem é apenas uma resposta, na humildade, ao serviço que o próprio Deus nos fez em Jesus. Jesus serviu, sobretudo, morrendo. Por isso, a consciência de Lhe restituir, numa mínima parte, o serviço recebido, mesmo que traga consigo a experiência última da morte, e também por isto, torna alegre o seguimento, a via real da cruz, que é o próprio crucificado.
O serviço tem ainda um outro qualificativo, o mais alto: é a glória e concerne directamente ao bem da Igreja. Aparece aqui toda a eclesialidade de Teresa, que anima a sua coragem apostólica.
À luz de Jesus que chama, compreende-se a oração de Teresa, o seu desejo de serviço/libertação de Cristo:
«Muera ya este yo,
y viva en mí otro que es más que yo,
y para mí mejor que yo,
para que yo le pueda servir:
El viva y me dé vida;
El reine y sea yo cautiva,
que no quiere mi alma otra libertad».
1 comentário:
Padre Mário, penso que felizmente vamos ter uma oportunidade de conversar sobre estas formas que Teresa encontrou de viver a Vida no Amor. Ao ler o poema-oração, comparei-o mentalmente, na sua humildade, com a frase de S. Paulo: "Eu já não sou eu, é Cristo que vive em mim". São dois aspectos da mesma realidade, penso eu, pertencendo, contudo, a duas épocas e a duas personalidades distintas. O que nos dá a consoladora mensagem de que cada um de nós pode fazer o seu caminho desde que ele se baseie no mandamento principal: "Ama o teu semelhante, mesmo o teu inimigo".
Como sempre, o meu coração pede-me que me despeça com um obrigada. Carmo
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