sábado, 26 de abril de 2008
PRIMEIRO QUE TUDO SOMOS PESSOAS! (II)
PRIMEIRO QUE TUDO SOMOS PESSOAS!
C. é uma aluna do 9º Ano. Reparei, ultimamente, que tem sido uma “saltimbanco” de namoros. Chegou, na mesma semana, a estar com dois namorados diferentes e eu cheguei a ouvir comentários dos rapazes no sentido de saber quem é que naquela semana iria conseguir conquistar a C. Ao passar pelo recreio, ao vê-la em poses pouco próprias, a beijar um dos novos namorados, eu chamei-a à parte e disse-lhe:
- Pareces um “supermercado”.
Não lhe disse mais nada. Disse aquelas palavras para a chocar mas reconheci que tinha exagerado. “Mexer” com sentimentos de pessoas é complicado e muito mais com sentimentos femininos, muito mais sensíveis e que guardam bem fundo o que lhes dizemos e as feridas custam mais a sarar.
Penso que ela deve ter comentado com o "namorado" e mais algumas colegas porque senti alguma distância e frieza quando passava por eles embora nada dissessem.
Dois ou três dias depois, encontrei-a no refeitório, sentada com o namorado. Como estavam apenas os dois a comer na mesa, sentei-me com eles. Perguntei-lhe o que pensavam do que eu tinha dito. A C. disse que foi algo que a magoou muito e que não esperava, da minha parte, aquelas palavras: “alguém que nos ajudou em pequenos, critica-nos agora?”.
Expliquei-lhe o que quis dizer com aquelas palavras. Foi mais ou menos isso: C., é a tua imagem de mulher que está em jogo. Os rapazes gostam destes "joguinhos". Se calhar serão tidos como “experientes” na matéria. Isso em nada lhes vai afectar a imagem pessoal. Penso que o mesmo não se passa com as raparigas. Quando chegar a altura de começares a levar o namoro a sério – porque quem troca de namoro todas as semanas ou mais que uma vez por semana, não leva as coisas a sério – os rapazes não vão querer nada contigo e certamente dirão: “com esta, que andou com todos e mais algum!” Penso que ela foi percebendo o que eu lhe quis transmitir. Não deixou de me dizer que, apesar de ter alguma razão e perceber o meu ponto de vista, eu não tinha o direito de ter falado daquela maneira porque ela era uma pessoa e tinha sentimentos. E eu estou de acordo com ela.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
O MEU 25 DE ABRIL
OLHAR O FUTURO!
Há dias numa escola, ao olhar para um painel feito pelos alunos, sobre os descobrimentos e possessões portuguesas dos séculos XV e XVI, fiz um comentário-reflexão com duas professoras que me acompanhavam.
arriscar, investir ou o medo de perder...
O comentário que me surgiu ao olhar para o painel foi algo do género: e se em vez de olharmos sempre para o passado, para o que os nossos antepassados fizeram, olhássemos para o futuro?Por que não fazer um painel sobre Portugal em 2108? Obrigava os alunos a fazer uma coisa que fazemos pouco. Olhar para depois de amanhã!
quarta-feira, 23 de abril de 2008
NA ROTA DA HISTÓRIA
Teares!
terça-feira, 22 de abril de 2008
DIA DA TERRA
não pode separar-se da reverência
ao que está abaixo dele (a Natureza)
e ao que está acima dele (Deus)”
Goethe
A "ARTE DO PASTOR"
O mundo não é só laboratório
mas também é jardim;
é lugar de recreio e gratuidade.
Desde sempre o Homo Sapiens procurou modificar o ambiente a seu favor. Porém, até ao século XIX, a acção do homem na natureza foi relativamente limitada e deixou intacto grande parte do planeta. Em contrapartida, após a industrialização, o homem tornou-se um perigo sério para a natureza e, por conseguinte, para si mesmo.
Actualmente, a humanidade – face ao crescimento acelerado que se tem verificado nos últimos anos – enche o ambiente, no qual vive com as outras criaturas, com os resíduos daquilo que produz e consome, inquinando os elementos que promovem a vida do nosso planeta, sobretudo a água e o ar. Além dessa crise ecológica, deparamo-nos, também, com uma crise energética e de matérias primas.
E eu, como cristão, que reflexão posso fazer neste contexto? Quantas vezes não pronuncio a fórmula confessional “Creio em Deus-Pai, Criador do Céu e da Terra...”? O que queremos dizer quando confessamos que o Universo é Criação de Deus? Qual o nosso contributo e a nossa responsabilidade?
Antes de mais, o Universo é um dom de Deus para o Homem, que ama e dá valor à sua Obra: “Deus vendo toda a sua obra considerou-a muito boa” (Gen. 1,30). Mas é, também, missão para o Homem: “...Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a Terra.”(Gen. 1,28); “...O Senhor colocou o Homem na Jardim do Éden, para o cultivar e para o guardar...”(Gen. 2,15).
Nestas citações, realçamos algumas palavras que consideramos fundamentais: Por um lado, enchei e dominai – o homem que deve dominar e sujeitar a natureza. Não colocamos em causa a subordinação de toda a Criação ao Homem. Por outro lado, cultivar (preparar a terra para que ela produza; educar; conservar; dedicar-se, isto na conjugação reflexa) e guardar (proteger; pastorear), ou seja, o homem é chamado à “arte do Pastor” de que falou Sócrates.
Eis, pois, a nossa responsabilidade sobre o Universo. E é nesta linha que tem de ser entendido o progresso humano.
A Criação não é algo de estático, feito de uma vez para sempre, mas que tem de ser visto na sua dinâmica histórico-social em que o Homem é chamado a exercer o seu papel criador a fim de aperfeiçoar, desenvolver e construir uma sociedade digna de o acolher. Assim, o verdadeiro progresso humano, visto à luz do mistério da Criação, será aquele que permita ao homem o seu desenvolvimento e a plenitude da sua vocação integral. Tal como a Criação, o progresso do mundo está destinado para a felicidade do homem e não para a sua degradação.
O Homem é o Pastor do Universo na medida na em que tem de guardar e proteger a herança que recebeu e que por sua vez tem de deixar a outras gerações; é a responsabilidade de não deixar atrás de si um deserto mas um jardim, porque este mundo não é meu nem alguém se pode afirmar como o dono do mundo porque ele é de todos. Por isso, é necessário agir seriamente, em primeiro lugar em relação à geração presente, nomeadamente aquela parte da humanidade com menos recursos e que sofre, em grandes proporções as consequências do problema ecológico e, em segundo lugar, às gerações futuras, investindo na educação, como o mais essencial dos recursos.
É a vida de cada um de nós que está em jogo. É a nossa felicidade que, infelizmente, hoje se joga na roleta do económico que é preciso transferir para a roleta do humano. Enfim, somos chamados à “arte do pastor”: a dominar mas a cultivar e a guardar.
domingo, 20 de abril de 2008
TESTEMUNHOS DE VIDA
"Não se plantam sementes de comida.
Nascida a 15 de Fevereiro de 1910, nA Polónia, Irena Sendler comprometeu-se desde muito cedo com a defesa dos direitos dos judeus, cuja população chegava a três milhões na Polónia antes da guerra. Varsóvia era então uma das principais metrópoles judaicas do mundo.
Heroína, desconhecida fora da Polónia e apenas reconhecida no seu país por poucos historiadores devido ao obscurantismo comunista que havia e que apagou os seus feitos dos livros de história oficiais, Irena, nunca contou a ninguém sobre a sua vida durante aqueles anos.
Em 1999, a sua história começou a ser conhecida graças a um grupo de alunos do Kansas, através de um trabalho de conclusão de Curso e que versava sobre os Heróis do Holocausto. Na pesquisa, encontraram poucas referências sobre Irena. Mas um dado surpreendente sensibilizou os alunos: 2.500 vidas, crianças, foram salvas por ela. Como era possível não existir informação sobre uma pessoa assim? Mas a maior surpresa viria depois. Ao investigarem o local do túmulo de Irena descobriram que nunca existiu porque ela estava viva.
Hoje, aos 97 anos, reside num asilo em Varsóvia, num quarto cercado de flores e cartões de agradecimento de sobreviventes e filhos destes em sua honra. Vive numa cadeira de rodas pelas lesões e torturas impostas pela Gestapo. Não se considera uma heroína e jamais reivindicou créditos pelas suas ações: “Poderia ter feito mais” e completa: “Este lamento me acompanhará até o dia da minha morte!”
Convido a ver, via Moralitos, um slideshare sobre a figura interessante desta MULHER.
Mais notícias aqui.